Sobre o Município

Cultura

Festival das Tribos Indígenas de Juruti ou Festribal (termo relativo a tribos) é festa cultural realizada sempre no último fim de semana do mês de julho ou início de

agosto na cidade de Juruti, oeste do Pará. Resgata em forma de espetáculo a cultura indígena nativa da cidade. Uma das maiores manifestações culturais da Amazônia. O palco das apresentações é o Tribódromo[1][2], arena onde as tribos se apresentam. No tribódromo as tribos Muirapinima (vermelho e azul) e Munduruku (vermelho e amarelo) se enfrentam pela conquista de mais um título. A festa retrata a cultura indígena em forma de música, artes cênicas, alegorias e danças. O modo de vida do caboclo, os rituais indígenas, o pescador e o farinheiro são algumas das inspirações do festival. O Festribal nasceu como uma ramificação do Festival Folclórico de Juruti. O festival folclórico apresentava cordões de pássaros, quadrilhas, bumba-meu-boi e carimbo. Cada grupo se apesenta com 800 pessoas/integrantes, que serão julgados por uma comissão externa (profissionais de outras regiões do País) que atribuem notas para evolução, apresentador, pajé, letra, música etc.

Em 1993, surge uma dança com coreografia indígena de nome “Tribo Munduruku”. Como não havia essa categoria no festival, no ano seguinte foi criado um outro grupo intitulado “Tribo Muirapinima” para concorrer com os Mundurukus.

A disputa entre as tribos começou em 1995 e projeta o município para o turismo, potencializando o desenvolvimento social e econômico da cidade de juruti,

hoje é destaque na área cultural pela grandiosidade do evento, comparado aos grande festivais. Com o grande público que todos os anos participa da festa, a prefeitura monta estrutura na segurança, saúde e serviços.

Todos os anos é escolhido um tema para o Festribal com o objetivo de manter viva na memória da população a história cultura do povo.

Tribo Munduruku
Os Munduruku habitavam na região dos Rios Madeiras e Tapajós, devidos a várias lutas travadas com outros povos mudaram-se chegando as nossas terras por volta de 1818 acontecendo assim a fundação do Munícipio de Juruti, praticavam a pesca, a caça, a agricultura e outras atividades, adoravam rairú seu grande deus protetor, desta forma Juruti é considerada o berço Munduruku.

O Grupo Folclórico “TRIBO MUNDURUKU’S” foi fundada no dia 04 de julho de 1993, liderados por Carmen Barroso, Adercias Batista e Jim Jones Batista, com objetivo de resgatar os valores do folclore local, em forma de dança indígena, cênicas e rituais. O nome deu-se pelos primeiros habitantes do Município que eram os Índios Munduruku’s. Em sua trajetória o Grupo Folclórico Munduruku’s, proporciona uma viagem de mistérios e originalidade aos místicos antepassados da tribo Munduruku’s, sendo que todos os espetáculos são intitulados como forma de reverência, através de sua dança, rituais, tradições e sabedoria.

Tribo Muirapinima
Denomina-se a Tribo que habitava as margens do Lago Juruti Velho – parte antiga da atual cidade de Juruti – e que deu origem a vila de mesmo nome. Muirapinima é também o nome de uma árvore comum da região, mas por sua beleza e tipo de caule é considerada de grande valor, ou seja, é “madeira de lei”, por isso os índios se autodenominarem com o nome dessa árvore, em homenagem e amor pela natureza. A Tribo Muirapinima é a azul e vermelho e trouxe o canto “Legado Indígena” ressaltando a importância dos povos indígenas impresso nos costumes, tradições e lendas.

Rivalidade histórica

O nascimento de um curumim com traços diferentes (mais claro e cabelo avermelhado) na aldeia Munduruku não foi bem aceito. A família do curumim se rebelou contra o cacique Munduruku e junto com mais alguns índios se refugiou às margens do Lago do Juruti-Velho, onde havia um bosque de Muirapinimas, árvore cuja madeira de lei era utilizada para a fabricação de móveis no período colonial. Em homenagem à árvore, a Tribo dissidente se auto-denominou Muirapinima e passou a ser inimiga da sua antiga Tribo Mundurukus. Que agora fazem apresentações para competições.

Divisão Política

ela Lei Municipal nº 941, de 31 de outubro de 2006 o município está dividido administrativamente em quatro distritos: Sede, sendo a própria cidade Juruti; Tabatinga, com sede na vila de Tabatinga; Castanhal, com o sede na vila Castanhal, e; Juruti-Velho sendo sua sede a vila de Muirapinima.

Curiosidades

Elevação à freguesia
O município teve a categoria elevada à freguesia sob o nome de “Nossa Senhora da Saúde”, dado pelo governo da província do Grão-Pará em execução a lei geral do Império do Brasil de 29 de novembro de 1832 que a considerou como fazendo parte do Termo de Faro nas sessões do Conselho do Governo da província do Pará. Quando foi realizada a divisão da província do Grão-Pará em termos e comarcas – Grão-Pará, Baixo Amazonas e Alto Amazonas em 25 de junho de 1833, pelo decreto-lei nº 20, a localidade adquiriu categoria de freguesia, ficando integrada ao Termo de Faro (atual município de Faro). Nessa época, estabeleceu-se também, o limite ocidental da então criada freguesia de Nossa Senhora da Saúde de Juruti, na serra de Parintins, com os estados do Pará e Amazonas.

Em 1855 era vigário da freguesia de Juruti o padre João Monteiro da Cunha que, em obediência a lei geral do Império do Brasil nº 601 de 18 de setembro de 1850, e de seu regulamento baixado com o decreto Nº 1.318 de 30 de janeiro de 1854, recebeu e registrou as declarações de posse de terras na freguesia com número superior a 300 até na serra de Parintins.

Transferência da sede municipal
Em 3 de dezembro de 1859, de acordo com o relatório do presidente da província do Pará Miguel de Frias e Vasconcelos, foi enviado a sua ordem o engenheiro 1º tenente Joaquim Rodrigues de Moraes Jardim, com instruções precisas e necessárias de estudar os lugares possíveis e escolher o ponto mais conveniente para que então pudesse ser feito o assento da nova povoação da freguesia de Nossa Senhora da Saúde. Foi escolhido o lugar na margem direita do rio Amazonas entre a ponta do Maracá-Açú e a boca do igarapé do Balaio, com a justificativa de “reunir as melhores vantagens e condições favoráveis para o assentamento da nova povoação”, pois sua elevação era “bastante considerável” ficando “segura das maiores enchentes que o Rio Amazonas podia apresentar”, sendo o terreno “bastante sólido” o que proporciona “melhores condições para a edificação de prédios”. Outro fator para escolha do assentamento, estava na disposição de mão-de-obra escrava dos índios Mundurucus, que poderiam ser utilizados na construção da freguesia. Este fato colaborou para a extinção dos povos indígenas da região de Juruti.

No ano de 1872, em execução ao decreto Imperial nº 1.083, a freguesia de Nossa Senhora da Saúde apresentou um candidato indicado pelos missionários para concorrer a uma vaga na câmara de vogais de Óbidos (Câmara de Vereadores) para representar a freguesia.

Com a lei provincial do Pará nº 930 de 15 de julho de 1879, Juruti passou a ser ponto de escala da navegação a vapor subvencionada pela província do Pará, que se estendeu posteriormente até Santa Júlia.

Emancipação política
Em 9 de abril de 1883, sob a lei provincial do Pará de nº 1152, Juruti instala-se como município por delegação do governador da província, Rufino Enéas Gustavo Galvão. A instalação do município se deu por ordem do capitão João Rodrigues, presidente da câmara de Óbidos, onde declarou empossados os primeiros vogais (vereadores) para atuarem na câmara municipal de Juruti. Os vogais (vereadores) empossados foram: Marceonilo Alves Pontes, José Cavalcante Rodrigues de Souza, Antônio Bertoldo de Souza, João Paulo da Silva, Manuel Mâncio de Souza e Inácio José Santarém.

Contudo o reconhecimento como município somente aconteceu por efeito de jurisdição, na legislatura de 1885, quando de fato ocorreram as eleições na qual foram escolhidos os novos representantes políticos que atuariam no quadriênio. Já com os novos representantes eleitos em 1885, assumiu a presidência da câmara o vogal mais velho, Marceonilo Pontes.

Instabilidade política e perda da emancipação
Com a proclamação da República, o governo provisório do estado dissolveu câmara municipal, criando em seguida um conselho de intendência municipal, para o qual nomeou como presidente Dário Rodrigues de Souza; e vogais Joaquim Felipe Batista Gonzaga, Joaquim José de Souza, José Bento Lobo, José Pereira da Costa, Sesino Tavares e José Edmundo Jeffrey. Foi um período de conturbada crise política, em função da transição entre o período monárquico e o republicano.

A lei estadual de nº 687 de 23 de março de 1900 deu melhoras ao distrito de Juruti-Velho, dando-lhe a denominação de vila Muirapinima.

Em consequências de dissecções políticas no município, conjuntamente com os de Quatipuru e Oriximiná, foi extinto o município de Juruti, pela lei de nº 729 de 3 de abril de 1900, anexando o respectivo território aos municípios de Faro e Óbidos, permanecendo extinto por 13 anos.

Restauração da emancipação
O legislativo estadual do Pará, com a lei de nº 1295 de 8 de março de 1913, sancionado pelo governador Enéas Martins, restabeleceu o antigo município de Juruti. O decreto de nº 3.053 de 31 de janeiro de 1914 marcou o dia 1º de março de 1914 para eleição do intendente de vogais do conselho municipal de Juruti.

No dia 3 de maio de 1914 teve o lugar a reinstalação do município, marcado pelo decreto estadual do Pará nº 3.083, com a posse do intendente e vogais eleitos. Em 1920, o município de Juruti aparece formado por somente o distrito-sede.

Sofreu, porém, em face do decreto estadual nº 6 de 4 de novembro de 1930, nova supressão, ficando-lhe o território sob a administração direta do estado. Tais disposições confirmou-as o decreto estadual nº 78, de 27 de dezembro de 1930.

Já a lei estadual nº 8, de 31 de outubro de 1935, ao relacionar os municípios do Pará, inclui, entre eles, o de Juruti, que, nessa categoria, figura nos quadros da divisão territorial, de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, subdividido em 2 distritos: Juruti e Lago Grande de Vila Franca.

No ano de 1942 em decorrência da Segunda Guerra Mundial houve uma intensa imigração de japoneses para Juruti. Instalaram na vila Amazônia, local pertencente ao município de Parintins no estado do Amazonas, de onde vieram famílias de japoneses para Juruti.

Na divisão territorial que o decreto-lei estadual nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, fixou para vigorar no quinquênio 1944-1948, apresenta-se integrado, como anteriormente, por unicamente o distrito-sede.

Fatos recentes
Nas décadas de 1980 e 1990 ocorreu o fenômeno das terras caídas no município de Juruti. Esse fenômeno fez grandes mudanças na cidade, principalmente no que diz respeito à questão econômica e infraestrutura.

Em meados dos anos de 2004 e 2005 instala-se no município de Juruti um projeto de mineração, chamado de “Projeto Juruti”, que explora minério de bauxita.

Pela Lei Municipal nº 941, de 31 de outubro de 2006 o município está dividido administrativamente em quatro distritos: Sede, sendo a própria cidade Juruti; Tabatinga, com sede na vila de Tabatinga; Castanhal, com o sede na vila Castanhal, e; Juruti-Velho sendo sua sede a vila de Muirapinima.

Em 2011 a região oeste do Pará, lutou pela sua emancipação política e administrativa, com o objetivo de criar o estado do Tapajós.[9] No plebiscito sobre a divisão do estado do Pará, a população local votou maciçamente pela divisão, tendo mais de 90% de aprovação.[10] Entretanto o peso demográfico da Região Metropolitana de Belém se sobrepôs ao anseio local, e a divisão para criação do Tapajós foi rejeitada.[11]

Economia
Uma das grandes fontes de renda do município é a mineração, que gera muitos róialtis para o caixa da prefeitura. O principal minério extraído em Juruti é a bauxita, que têm suas minas exploradas pela multinacional estadunidense Alcoa.[12] A área de lavra do minério está localizada nos platôs Capiranga, Mauari e Guaraná, numa área de floresta densa, nas cabeceiras do igarapé Juruti Grande.[13]

Outras fontes de renda do município incluem o extrativismo vegetal, que se assenta, principalmente, na exploração da madeira e na comercialização do açaí in natura. O extrativismo animal também possui grande destaque, com a pesca artesanal.

Outras atividades incluem o setor de comércio e serviços e o beneficiamento de farinha.

Infraestrutura
Transportes
A única rodovia que corta o território do município é a PA-257 (ou Rodovia Translago), que liga a sede de Juruti às vilas de São Pedro, Aracuri, Curuaí e Arapixuna. Na extremidade oeste da PA-257, em Arapixuna, há um porto de onde partem embarcações diariamente à Santarém, Óbidos e Alenquer. Pelo Plano Estadual de Rodovias, esta deveria ter pavimento asfáltico e terminar sua ligação com a rodovia BR-163.[14]

O município conta com uma ferrovia, a Estrada de Ferro Juruti, que funciona majoritariamente para transporte de cargas minerais da Mina de Bauxita de Juruti até o Porto de Juruti.[15]

O Porto de Juruti, às margens do rio Amazonas, é um dos maiores do estado do Pará, tendo capacidade de receber até mesmo navios de grande calado, como os Panamax.[16]

A sede municipal dispõe de uma pista de pousos, o Aeroporto de Juruti (SJOH).[17]

Educação
O município possui um campus da Universidade Federal do Oeste do Pará, que oferta, em período regular, os cursos de agronomia e engenharia de minas.

Hino do Município

Da Amazônia, és recanto altaneiro
Diz teu nome a nobreza Tupi
Tuas raízes de sangue brasileiro
És orgulho dos teus filhos Juruti.

Da Senhora da Saúde, és Santuário
És de Sanches de Brito, ó legado
Terras firmes verdes matas, que cenário
Somos filhos deste chão sempre amado.

Juruti teu passado é de glória
Tens um homem de Deus teu fundador
Teu presente de luta é vitória
Teu futuro construiremos com amor. (bis)

Das barrancas do rio-mar és rebento
Hino à vida dos que lutam por ti
Com o sol a brilhar no firmamento
Brilha a fé no teu porvir ó Juruti.

Entre as cores da tua bandeira
Fulge a honra de um povo que é forte
Nós te amamos ó pátria brasileira
Mas com orgulho gritamos
Somos filhos do Norte

Dados do município/localização

Emancipação Política: 9 DE ABRIL DE 1883
Gentílico: JURITIENSE
Unidade Federatíva: PA
Mesoregião: BAIXO AMAZONAS
Microregião: ÓBIDOS
Distância para a capital: 84.654,00

Dados de características geográficas

Área: 8.303.966,00
População estimada: 58960
Densidade: 5,67
Altitude: 36
Clima: EQUATORIAL
Fuso Horário: UTC-3

Brasão e Bandeira:

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